"Seria a favor de uma TV pública europeia"

"A Europa depende daquilo que cada um de nós quiser ser como europeu e o que espera da Europa", disse Maria João Rodrigues falando sobre a Europa como comunidade política". A antiga ministra defende um projeto ecónomico coeso, uma união política e o fazer emergir uma identidade europeia. Seria, por exemplo, "a favor de um serviço público de televisão na Europa".
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O futuro da Europa, defende Maria João Rodrigues, depende de "haver a vontade económica política com esforço de cada estado membro, o que implica acordo sobre instrumentos que ainda não estão aí sobre eurobonds, um verdadeiro orçamento da zona euro, e que quem emite dívida pública tem de poder controlar essa dívida".

"O que estamos a assistir é uma transformação da natureza política da UE, uma hieraquização dos estados membros da Europa", critica Maria João Rodrigues, explicando: "Quando o parlamento de um país tem mais poder sobre o país do que esse próprio país".

"Construir uma verdadeira união política para levar a cabo a finalização do que é a União económica e monetária" é a capacidade de transformar a UE de um governo europeu, "com um presidente eleito e com mais capacidade de poder escolher pela sua equipa". Uma diferenciação interna europeia com capacidade da decidir as questões de cada estado membro". Em última análise dependerá do que cada cidadão quiser, defende.

"A Europa é o melhor sítio para se viver, não tenhamos dúvidas sobre isso", considera, atirando o debate para o futuro, dizendo que não existe um espaço público europeu. "Temos muito poucos atores políticos, culturais de verdadeira dimensão europeia". "Eu seria a favor de um serviço público de televisão europeu", exemplificou, para explicar que não existem verdadeiros media europeus.

Dificuldade da Europa em se pôr de acordo a relação a assuntos da política externa, como a Síria, ou da política económica. A "Europa está dividida em relaçaõ a isto que se chama crise da zona euro", afirma Maria João Rodrigues. "Cada estado membro tem responsabilidade", acrescenta a professora de políticas económicas europeias.

"Europa enquanto comunidade política", apresentado por Maria João Rodrigues, professora de políticas económicas europeias na Universidade Livre de Bruxelas e também no ISCTE, conhecida como a "mãe da estratégia de Lisboa", é o primeiro debate da conferência "Portugal Europeu. E agora".

"Precisamos de convergir com os padrões políicos, económicos e sociais", defende Marina Costa Lobo, comissária da conferência "Portugal Europeu e Agora" na abertura do debate, no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa. "Aqui reina a liberdade que gostaríamos que todos usassem para debater", convidou António Barreto, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O debate nasce de uma pergunta: "E agora?", 27 anos passados sobre a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, explicou António Barreto.

"É melhor trabalhar com os nossos vizinhos do que vagar em solitário", afirma António Barreto na sessão de abertura da conferência "Portugal Europeu e Agora?", comissariada pela politóloga Marina Costa Lobo.

Neste encontro, que junta 97 personalidades nacionais e internacionais, procura-se combater o euroceticismo gerado pela crise económica e social com que a União Europeia se confronta.

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